"(...) Cada um lida de um jeito com as adversidades. 
E ninguém tem que ser igual.
 Não tenho fórmulas, bola de cristal, 
tampouco sou melhor que ninguém.
 Eu apenas tento resolver. E viver. 
Nem sempre é fácil e lindo, mas é o jeito. 
Não tenho vocação para suicida ou sofredora,
 então eu choro tudo que tenho para chorar, 
reclamo tudo que tenho para reclamar 
e dou um passo de cada vez.
 Às vezes dou um passo para trás. 
É que nem sempre sei andar para a frente, 
sem mágoa, sem rancor, sem revolta. 
Volta e meia a gente traz coisas indesejáveis na bagagem. 
(...) Já ouvi várias vezes ah-como-você-lida-bem-com-as-coisas. 
Não, não lido. Sou péssima em lidar "com as coisas". 
Sou ciumenta com coisas bobas,
 impulsiva pelo menos uma vez por dia,
 leio bula de remédio e depois acho 
que tenho aquele bando de sintomas, 
meu dedão do pé não é bonito, 
quero tudo do meu jeito e minha cabeça é muito, muito dura. 
Não sou uma musa, uma diva, uma entidade, uma mestra. 
Sou uma pessoa. E de vez em quando sou uma pessoa péssima. 
Péssima mesmo. 
De vez em quando morro de vergonha de mim. 
E se eu fosse você morreria de vergonha de mim também. 
Amo muito, tudo é muito, tudo é exagero,
 tudo é demais. Inclusive as dúvidas e as dores (...)"
**Clarissa Corrêa**