Uma voz viciante e a musica é maravilhosa...assim como todas do álbum.
sábado, 30 de abril de 2011
domingo, 24 de abril de 2011
Mas ao contrário daquela vez
não sentiu agora a comoção do amor
e sim o abismo do desencanto.
Num instante teve a revelação completa
da magnitude do próprio engano,
e perguntou a si mesma, aterrada,
como tinha podido incubar durante tanto tempo
e com tanta ferocidade semelhante quimera no coração.
**Gabriel Garcia Marquez**
'Confesso que ando muito cansado, sabe?
Mas um cansaço diferente.
Um cansaço de não querer mais reclamar,
de não querer pedir, de não fazer nada...
de deixar as coisas acontecerem.'
**Caio Fernando de Abreu**
A palavra que me foge há tanto tempo
amanheceu grudada à face pálida,
emaranhada às muitas lágrimas já secas.
Abriu a janela dos meus inúmeros sonhos
descortinando um horizonte ensolarado:
FELIZ.
**Lilian Dalledone**
Eu penso em recomeçar
acender velhas chamas
reler palavras esquecidas
achar motivos pra rir à toa
me deixar levar...
Eu penso no que não passou
(apesar de passado)
e olho, saudosa,
no espelho muito sincero.
Ainda dá tempo.
**Lilian Dalledone**
sábado, 23 de abril de 2011
Este silêncio é assustador.
Não porque talvez ele não seja necessário,
mas porque mesmo sendo necessário, ele machuca.
E ando muito ferida pra suportar um pouco mais de dor.
Então eu queria que alguém me dissesse
que vai ficar tudo bem, sabe?
Porque esta incerteza toda tem me desnorteado demais.
E uma ansiedade aguda toma conta de mim
minuto a minuto.E ainda há a saudade.
E mesmo que as previsões sejam positivas,
tudo ainda me parece tão longínquo!
E estou com pressa, e sede e fomes demais.
Percebe como minhas palavras estão respirando com dificuldade?
Então eu te peço pra não me deixar tão sozinha assim nesta fase.
Mesmo que haja sol e as ondas vão e venham incansavelmente
me lembrando do movimento da vida,
a sua voz me faz tanta falta quanto uma brisa.
Não que tenha me faltado companhia, mas em algum momento
o abraço termina porque as pessoas têm as suas vidas.
E ainda, o barulho das cidades
têm me incomodado tanto quanto este silêncio denso.
Então eu fico sem saber pra onde ir.
E fico tão sonolenta e encolhida no meu canto
até que alguém venha me abraçar novamente.
E às vezes esse socorro demora tanto
por causa da minha necessidade
sempre tão urgente de tudo. De paz.
Por não querer sufocar ninguém, fico aqui, sufocada.
Só estou te dizendo estas coisas porque acho estranho
você não ter a menor curiosidade
em saber como tenho me sentido. Depois de tudo.
em saber como tenho me sentido. Depois de tudo.
Porque não existe um segundo sequer
em que eu não pense e queira saber e deseje que você esteja bem.
Só isso.
**Marla de Queiroz**
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Ele não sabe mais (quase) nada sobre mim.
Não sabe que o aperto no meu peito diminuiu, que meu cabelo cresceu,
que os meus olhos estão menos melancólicos, mas que tenho estado quieta,
calada, concentrada numa vida prática, e sem aquela necessidade toda de ser amada.
Ele não sabe quantos livros puder ler em algumas semanas.
Não sabe quais são meus novos assuntos nem os filmes favoritos.
Ele não sabe (...) mas conservo alguma curiosidade em saber
se o seu coração está mais tranquilo, se seu cabelo mudou, se o seu olhar continua inquieto.
Ele nem imagina quanta coisa pude planejar durante esses dias
e como me isolei pra tentar organizar todos os meus projetos.
Que tenho sentido mais sono e ainda assim, dormido pouco.
Que tenho escrito mais no meu caderno de sonhos.
Que aqui faz tanto frio, ele não sabe por mim.
Ele não sabe (...) que aprendi a não sobrecarregar meu coração, este órgão tão nobre.
Ele não sabe que eu entendi que se eu resolver a minha dor,
ainda assim, poderei criar através da dor alheia sem precisar sofrer junto pra conceber um poema de cura.
Hoje foi um dia em que percebi quanta coisa em mim mudou e ele não sabe sobre nada disso.
Ele não sabe que tenho estado tão só sem a devastadora sensação de me sentir sozinha.
Ele não sabe que desde que não compartilhamos mais (quase) nada sobre nós,
eu tive que me tornar minha melhor companhia:
ele nem imagina que foi ele quem me ensinou esta alegria.
**Marla de Queiroz**
segunda-feira, 18 de abril de 2011
''Poderíamos casar, teríamos um apartamento,
tomaríamos café as cinco da tarde,
discordaríamos quanto a cor das cortinas,
não arrumaríamos a cama diariamente,
a geladeira seria repleta de congelados e coca-cola,
o armário de porcarias,
adiaríamos o despertador umas trinta vezes,
sentaríamos na sala de pijama e pantufas,
sairíamos pra jantar em dia de chuva e chegaríamos encharcados,
nos beijaríamos no meio de alguma frase,
você pegaria no sono com a mão no meu cabelo
e eu, escutando sua respiração.
Eu riria sem motivo e você perguntaria porque,
eu não responderia...saberíamos.''
**Caio Fernando de Abreu**
sábado, 16 de abril de 2011
quem sabe um dia, na hora certa,
nosso encontro pode acontecer inteiro.
Porque tu és o único que habita a minha solidão.
**Caio Fernando de Abreu**
''Por onde anda você, tão distanciada, tão silenciosa?
Em que nova galáxia posso te encontrar outra vez,
morena como uma princesa raptada por beduínos no deserto?
Vezenquando baixa uma saudade, quase sempre clara como tem sido o ar verde-azulado deste verão,
e fico sentindo falta do teu jeito lento de chegar pisando em nuvens, sempre azul.
As coisas andaram meio escuras para mim, durante muito tempo,
depois, o fim do inverno levou as amarguras e tudo se renovou;
estou pronto, outra vez, para te encontrar na areia do Leme
ou nas salas estragadas do conservatório, expressões corporais, alquimias.
Hoje vesti verde, em homenagem ao eclipse em Capricórnio,
e de repente, não mais que, a redação quase vazia,
uma tarde quase quebrando de tão clara, você chegou na minha saudade.
Escrevo. Há muito para dizer,
mas é uma pena que não se possa mandar uma carta cheia de silêncio,
que é música.''
**Caio Fernando de Abreu**
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Tenho tentado aprender a ser humilde.
A engolir os nãos que a vida te enfia goela abaixo.
A lamber o chão dos palácios.
A me sentir desprezado-como-um-cão, e tudo bem,
acordar, escovar os dentes,
tomar café e continuar...
**Caio Fernando de Abreu**
Mas queria que você entendesse os meus poços escuros,
os meus becos — que me fazem mergulhar
em silêncios às vezes longos.
**Caio Fernando de Abreu**
"Eu espalhei muito sorriso à toa,
pra ver se um deles prendia alguém no canto dos lábios.
Não funcionou....
Mas ainda tenho alguns guardados..."
**Verônica H.**
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