"Não sei exatamente em que momento comecei a despertar.
Só sei que comecei a compreender o respeito e a reverência
que a experiência humana merece.
A me dar conta de delícias que passaram despercebidas
durante um sono inteiro.
E a lembrar do que estou fazendo aqui.
Ainda que eu não faça.
Ainda que os vícios que o sono deixou costumem me atrapalhar.
Ainda que, de vez em quando, finja continuar dormindo.
Mas não tenho mais tanta pressa.
Comecei a aprender a ser mais gentil com o meu passo.
Afinal, não há lugar algum para chegar além de mim.
Eu sou a viajante e a viagem."
**Ana Jácomo**